Logotipo do CALPSI

Nenhuma forma de criminalização nos convém, não aceitamos nenhuma forma de repressão, e não importa a distância, estaremos junto a qualquer estudante e a qualquer militante que luta por direitos, por permanência, por moradia, por educação emancipadora. Ainda mais quando essa luta é reprimida, criminalizada. Por isso, nós do Centro Acadêmico Livre de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo – CALPSI-UFES – queremos, através desta nota, apresentar a nossa solidariedade ao movimento estudantil da Universidade Federal do Mato Grosso, UFMT, Campus Cuiabá, que em luta por moradia estudantil, contra o corte de vagas operado pela administração da universidade, fechou uma avenida próxima ao campus. Segundo nota do DCE da UFMT, a moradia, que já atende a um número pequeno de estudantes da universidade (apenas 1%), está sofrendo corte de 40% de suas vagas, o que caminha na direção oposta do que a universidade brasileira hoje precisa, ou seja, de condições para a permanência digna de estudantes que, sem assistência estudantil e políticas de permanência, costumam ter que abandonar seus cursos.

Mas nossa solidariedade não é apenas por causa da política elitista da reitoria da UFMT. O que mais nos move e nos comove é a repressão sofrida pelo movimento, neste ato do dia 06 de março de 2013, quando a desobstrução da avenida contou com ação da polícia militar, que deslocou a Força Tática, a ROTAM e até mesmo helicópteros, para confrontar uma manifestação pacífica, que tinha pouco mais de cinquenta estudantes. Não bastasse o uso de bombas de gás e sprays de pimenta, os manifestantes levaram tiros de balas de borracha, em várias partes do corpo, incluindo rosto e virilha, por exemplo, tendo mais de dez feridos, seis presos, e também espancamentos. Só quem já viveu a experiência de uma repressão violenta a protesto, sabe o quão descontrolado o estado burguês pode ser, para defender os interesses financeiros e de manutenção da ordem opressora vigente. Neste caso, toda a excessiva violência se justifica pelo fato de a manifestação ser próxima a uma obra da Copa, e não é apenas em Cuiabá que o nível de tolerância a protestos que possam ameaçar tais megaeventos tem sido zero.

A indignação não nos deixa parar a luta. Pelo contrário, nos dá mais energia para avançar, e nos faz desejar o mesmo às lutadoras e lutadores da UFMT: que não abaixem a cabeça, que não se calem, que essa repressão não vença, e que o movimento só aumente. “Quem não pode com a formiga, não assanha o formigueiro!”

Centro Acadêmico Livre de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo – CALPSI-UFES